Joaquim Pequicho

  • :: Baterista

            Em 1953  Joaquim Pequicho inicia a aprendizagem do solfejo, executando 2 vezes o livro. Após esta aprendizagem, começa a aprender a tocar trompete. No carnaval de 1954, toca numa das muitas Bandas Infernais que percorriam as ruas da Nazaré. Nessa época eram as tabernas os grandes patrocinadores das Marchas Infernais, e ao entrar na taberna da antiga Casa do Cação, um “brincalhão” empurrou-o, bateu com a campânula da trompete na parede, esfacelando o lábio, deixando-o sem sensibilidade para continuar a praticar trombone.

            Como gostava de música, o seu irmão José Maria Pequicho, aconselhou-o a tocar bateria. Nesta altura havia um conjunto no Sítio chamado “Os Mamas”, ao qual assistia aos ensaios e no intervalo dos mesmos, lá ia Joaquim Pequicho dando “uns toques” na bateria. O baterista desta banda era o seu amigo Fernando “Mula” que trabalhava em Lisboa. Um dia, o Fernando faltou ao ensaio, e o conjunto tinha já agendado um baile em Vale Couve, Bombarral, e um dos elementos do grupo lembrou-se de convidas Joaquim para substituir o Fernando. Uns meses mais tarde, Silvino Pais da Silva (pai) pediu-lhe para acompanhá-lo num espetáculo no Casino, que tinha como finalidade a descoberta de novos talentos, sendo apresentador do mesmo, o Sr. Saramago, que pertencia ao Grupo de Teatro “Os Pimpões”, das Caldas da Rainha. A sua participação neste espetáculo fez com que algum tempo depois, o mesmo Silvino o convidasse para fazer a animação musical da Passagem de Ano em Moimenta da Beira.

            Entretanto, tinha sido inaugurado na Nazaré, o restaurante “Os Lobos-do-mar”, situado junto à foz, (onde atualmente se encontra o Porto de Abrigo), onde se encontrava a fazer a animação musical, um grupo de Lisboa do qual fazia parte o conhecido Mascarenhas. Nas palavras de Joaquim Pequicho, “o Silvino que era um rato, negociou com os proprietários que na altura eram o Sr. José da Capitolina e outros. Dizendo que tinha um conjunto à altura para tocar lá”. Convidou então Silvino Pais da Silva para fazerem parte deste conjunto: Talhadas, Cipriano Barbosa, José Maria Pequicho e Joaquim Pequicho, formando-se então o Conjunto Kanimambo. No final dessa época balnear, o Sr. Amável Fidalgo, proprietário do Cine-Casino da Nazaré, convida este grupo para ali tocar. No entanto, o Silvino Pais da Silva e o Talhadas vão tocar para um barco, deixando sem elementos esta banda. José Maria, Cipriano e Joaquim Pequicho convidam então Mascarenhas para fazer parte do grupo, faltando no entanto um vocalista. Recai a escolha em Carlos Gentil, que tinha participado no evento de descoberta de jovens talentos. Foi assim que nasceu o conjunto “Os 5 Napolitanos”. A formação inicial era composta por: José Maria Pequicho, Joaquim Pequicho, Carlos Gentil, Mascarenhas e Cipriano Louraço. Joaquim Pequicho abandona “Os 5 Napolitanos” em 1975, mas outros grandes músicos da Nazaré fizeram parte deste grupo: Vocalistas: Toni Preto, José Maria, Vítor Cigano, Alfredo Monderey, Tonho Murranga, Rui Burget, Carlos Cavalheiro e Orlando; Guitarra Solo: Augusto Barbeiro, Vítor Cigano, Gilberto Palmeira; Viola Baixo: Porfírio Laborinho, António Espadana, António Pataeiro; Saxofone: Alberto Saramago.

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