Joaquim Mafra Anastácio, também conhecido por Joaquim “Mimi”, nasceu na Nazaré a 21 de Setembro de 1931.
Guitarrista amador e um autodidata da guitarra portuguesa, inicia a sua carreira musical com apenas 14 anos de idade, paixão que nunca mais largou, senão quando faleceu, a 19 de Março de 1988.
Casou com Idalisa Gertrudes Manocho da Florência, mais conhecida entre as gentes da Nazaré, como Idalisa da Maralha, de quem teve três filhos: Joaquim, José e Vítor.
Profissionalmente, Joaquim “Mimi” exerceu as profissões de pescador, bacalhoeiro, vendedor de automóveis e camionista. Apesar da sua vida profissional, raro era o dia em que não tocava guitarra, pois mesmo quando se encontrava doente, o vício da guitarra falava mais alto.
Foram muitos os amigos com quem conviveu e acompanhou nas lides musicais, a título de exemplo: António Mano (viola), Vitorino Rocha (viola), Silvino Pais da Silva (viola), Aníbal Freire (viola), todos nazarenos, António Salsa (viola) de Lisboa, Carlos Velez (viola) e Mário Maduro (viola) de Alcobaça, entre tantos outros.
A sua paixão pela guitarra portuguesa, fê-lo acompanhar vários fadistas, entre eles, Domingos da Beca, José da Beca, Alfredo Monderrei, José Manuel Salles, Maria de Lurdes e Álvaro S. Brás, todos nazarenos, e Carlos Lisboa, de Lisboa, entre tantos outros nazarenos e de outras localidades, fossem eles amadores ou profissionais do fado.
Atuou em muitos espetáculos de beneficência na Nazaré e outras localidades.
Entre as muitas “histórias” da sua vida de guitarrista, aqui deixamos alguns apontamentos:
No dia 31 de Maio de 1962, na cave do café do Sr. António do Casino, Joaquim “Mimi” na guitarra, Vitorino Rocha na viola e Domingos da Beca como fadista, cantaram e encantaram dois casais de franceses, únicos clientes naquele estabelecimento;
No dia 13 de Junho de 1962, Joaquim “Mimi” como guitarrista e Vitorino Rocha na viola, tocaram durante a tarde, os mais variados temas no 1.º andar do Restaurante Mar-Bravo;
No dia 30 de Junho do mesmo ano, atuou conjuntamente com Vitorino Rocha na viola e com o fadista nazareno Domingos da Beca, numa sessão de fados, em Pataias;
Em Junho de 1968 compõe uma “variação musical” a que dá o título de “Retalhos Musicais”;
No mês seguinte, muitos foram os dias em que sozinho, acompanhava os vários fadistas que encantavam os turistas que visitavam a Praia da Nazaré;
Em Abril de 1969, num sábado véspera de Domingo de Páscoa, em Alfama, Joaquim “Mimi” na guitarra e Mário Maduro na viola, acompanharam sem parar, e durante 3 horas mais de 30 fadistas amadores. Estes são alguns dos episódios, entre tantos outros, que acompanhou a vida musical de Joaquim “Mimi”. O seu apego à guitarra portuguesa, valeu-lhe da parte dos seus companheiros e das gentes desta terra uma enorme estima, não só como pessoa, mas também como guitarrista.