Nasceu na Nazaré no ano de 1924, sendo filho de mãe nazarena e pai da Marinha Grande. Fez a instrução primária na Pederneira, terminando a 4.ª classe já na Praia da Nazaré, numa escola que ficaria junto da fábrica “Algarve Exportador”.
Aos 11 anos, foi para o Seminário prosseguir os estudos, onde permaneceu durante 3 anos, primeiro em Santarém, depois em Almada, não concluindo, mas onde adquiriu os primeiros estudos musicais.
De regresso à Nazaré, o “bichinho” da música despontava, acompanhando um seu tio que tocava violino, pertencendo à Tuna da Nazaré, salvaguardando-se que nesta época, as Tunas tocavam um repertório clássico.
Autodidata por natureza, começou a aprender bandolim, pois era também o instrumento que seu pai tocava. Mais tarde, teve professores, e já em adulto, passou pelo Conservatório, inscrevendo-se na Licenciatura em Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa, não tendo concluído os estudos.
Pertenceu à Banda Musical Nazarense, fundada em 1926, inteiramente composta por músicos amadores, cujas profissões iam desde carpinteiros, a pedreiros, operários ou mesmo empregados de comércio, maioritariamente, habitantes do Sítio da Nazaré. Esta Banda existiu durante vários anos, contando com vários mestres, de onde se salienta José Agostinho Deus, tendo como profissão, 1.º Sargento da Guarda Nacional Republicana. Tocavam-se áreas de ópera, autores clássicos como Tchaikovsky, Stravinsky ou Beethoven, mas também zarzuelas espanholas.
Álvaro Sales integrou ainda no Rancho Tá-Mar, Rancho Mar-Alto, Rancho Infantil da Casa dos Pescadores, sendo ainda um dos fundadores da Liga dos Amigos da Nazaré, bem como componente de uma Comissão Administrativa dos Bombeiros Voluntários da Nazaré. Participou em grupos de teatro, foi músico, caracterizador e ensaiador, aventurando-se ainda pela música carnavalesca, sendo autor de uma das músicas mais cantadas no Carnaval da Nazaré, ou seja, “Bairros da Nazaré”, conhecida dos nazarenos com outro nome: “Nazaré Contente”. Os autores da letra foram Abílio Santos e Sousa, Abílio Clemente e Júlio Botas, tendo ficado o arranjo musical ao encargo de Álvaro Sales. Fez muitas outras peças musicais, quer para o Rancho Tá-Mar, quer para teatro, tocando ainda no Carnaval, no Restaurante, Casino, no Casino do Sítio, na Pederneira, e no afamado Baile das Senhoras, onde hoje se encontra o Hotel Maré.
Anos mais tarde abandona a terra natal, fixando-se em Leiria, onde continuou ligado à música, e onde conheceu a futura esposa, também ela dedicada à música, sendo cantora lírica.
De sua autoria contam-se mais de 150 peças, muitas sobre a Nazaré, outras de música ligeira, mas também alguma erudita, todas elas registadas na Sociedade Portuguesa de Autores e na Inspeção-Geral das Atividades Culturais.